Projeto Aluno Repórter - A Imprensa na Escola Rádio e TV

Posted by Acervo Cultural Bragança Pará on janeiro 20, 2023 | No comments


O Projeto Aluno Repórter surgiu efetivamente no ano de 2002/03 como um protótipo de um projeto de Rádio Escola, onde os alunos do professor Beto Amorim (recém contratado pela SEDUC) foram convidados por ele a participar do projeto como alunos repórteres na cobertura da Feira das Ciências da Escola Estadual Rio Caeté. Até aquele momento, o prof. Beto Amorim trabalhou como radialista, desde o ano de 1992 na Rádio Pérola FM 92,1. Enquanto os demais professores apresentavam projetos científicos, o prof. Beto Amorim seus alunos e um professor voluntário (prof. Cleidson Paiva) divulgavam os informes na Rádio Escola. 
A "rádio” foi construída juntando equipamentos emprestados por amigos e familiares do
prof. Beto Amorim, incluindo uma caixa de som que ficava suspensa num poste de iluminação da escola. A Escola Rio Caeté era muito discriminada na cidade pelo fato de estar situada na periferia. As demais tecnologias existentes na escola naquele momento (computador e internet) não ajudavam muito, pois haviam poucos professores com conhecimentos técnicos para realizar projetos que motivassem os alunos a desenvolver suas habilidades e competências. As aulas estavam restritas à sala de aula com quadro e giz.
A ideia de levar adiante este projeto e dar mais visibilidade e abrangência às outras escolas de Bragança, levou o professor Beto Amorim e o professor Aylton Rocha a apresentarem um projeto de um programa de rádio à direção da Fundação Educadora de Comunicação, onde a partir do ano de 2008 passaram a apresentar um programa de rádio chamado Bê-a-Bá, na Rádio Educadora FM 106,7. Nessa parceria com o prof. Aylton Rocha, passaram a executar o Projeto Aluno Repórter durante o programa de rádio. Antes disso, prof. Beto Amorim já havia trabalhado voluntariamente na Fundação Educadora desde a inauguração da Rádio Educadora FM no ano de 2002-2005 apresentando um dos programas da grade de inauguração.
 

Agora, toda a região podia ouvir as produções dos Alunos Repórteres, reportando os acontecimentos de suas escolas. No ano seguinte, o projeto ganhou um horário na Rádio Educadora AM 1390 KHZ. No início foi cedido o horário de 21:00 às 22:00. Mais tarde, passou para o horário de 08h00 às 09h00. Naquele momento, foram convidados alguns profissionais da Rádio Educadora e de outras rádios locais para, de forma voluntária, realizarem oficinas e palestras sobre o rádio para os alunos participantes. A partir daí os alunos passaram a participar do programa de rádio do projeto como alunos repórteres, reportando os principais acontecimentos de suas escolas.
 
 
O programa era apresentado pelos professores Beto Amorim e Aylton Rocha. A cidade de Bragança, as comunidades e os municípios vizinhos, passaram a ouvir as boas ações que as escolas estavam realizando. Os belos projetos de professores que, até então, estavam no anonimato. Percebemos uma clara elevação da autoestima dos alunos e de muitos professores envolvidos no processo. No ano seguinte, estendemos a proposta para todos os municípios de jurisdição da 1a URE Bragança: Bragança, Tracuateua, Augusto Corrêa, Viseu e Cachoeira do Piriá. Professor Aylton Rocha permaneceu na coordenação até o ano de 2012. Nesse momento a SEDUC havia efetivado nossa lotação no Núcleo Tecnológico Educacional de Bragança (NTE Bragança), para que pudéssemos realizar exclusivamente o Projeto Aluno Repórter nas escolas Bragantinas. Até esse ano já havíamos realizado atividades também com o audiovisual, aproveitando a estrutura de TV que a Fundação Educadora de Comunicação possui. 
 

Nossos alunos já realizavam produção de conteúdo audiovisual que eram exibidos na programação local da TV Educadora. A partir daí, juntou-se à coordenação, os professores Diego Fernando e a Professora Socorro Braga. Juntos conseguimos manter o bom funcionamento das atividades envolvendo cada vez mais os participantes com as atividades do Rádio, TV e Internet. Infelizmente, prof. Socorro Braga faleceu no ano de 2021, vítima da Covid-19. Uma grande perda para o nosso projeto. Para ocupar o seu lugar, convidamos a professora Adriana Barros, que já realizava um excelente trabalho com a prof. Socorro Braga, envolvendo diversas tecnologias em favor da aprendizagem.
No decorrer dos anos encontramos muitos desafios para manter o funcionamento do projeto, especialmente para manter o funcionamento dos nossos Laboratórios de Rádio e Tv, localizados na Fundação Educadora. Muitas pessoas já nos criticaram ao longo da caminhada ao dizerem coisas, tipo, "vocês trabalham tanto pro governo e ganham o mesmo que os outros” ou "os alunos da escola pública não tem jeito, é só problema! ”, ou que nas escolas públicas não acontece nada. Engana-se quem pensa assim, pois já testemunhamos fatos incríveis a partir das iniciativas dos nossos alunos.

Recentemente, durante este período de pandemia, um dos nossos alunos planejou e realizou um Live com a consagrada Jornalista e Escritora Cristina Serra. No ano de 2010, um aluno de uma escola da periferia escolheu um problema crônico de sua escola
(falta de energia durante à noite em parte da escola) como pauta para sua reportagem. Como resultado de sua iniciativa, os funcionários da concessionária de energia ouviram a matéria no nosso programa e providenciaram o reparo. Um outro aluno nosso conquistou um prêmio nacional da Câmara dos Deputados, em Brasília, com a produção de um vídeo sobre a Lei Maria da Penha.Temos plena certeza que nosso trabalho contribui para a formação integral de adolescentes, jovens e adultos e, consequentemente, para o mercado de trabalho em geral da região. Podemos constatar isso com a presença dos nossos ex-alunos em emissoras de TV locais e de outros municípios, além de produtoras de cinema.
No ano de 2022 resolvemos inserir atividade de
Robótica nas ações do projeto. Prof. Adriana Barros é quem coordena. Agora, nossos alunos repórteres também estão desenvolvendo programação de robôs que começam com uma grande preocupação ambiental ao trabalharem com materiais recicláveis.
Graças à ações como essa é que já conquistamos as seguintes premiações: Edital 022/2008 - FAPESPA - Projeto Aluno Repórter - RÁDIO Edital 022/2008 - FAPESPA - Projeto Aluno Repórter - TV; Prêmio NAVEGATUBE 2009 - 2° Lugar; Edital Ministério das Comunicações/UFPA em 2012; 14° Prêmio Escola Voluntária - 2° Lugar; Prêmio Itaú-Unicef 2015 - Premiado Regional (Norte); Prêmio Itaú-Unicef 2017 - Premiado Regional (Norte); Prêmio Nacional Itaú-Unicef 2017; Educador Destaque - Prêmio Escola Voluntária do Grupo Bandeirantes-SP; Rotary Club de Bragança-PA - Diploma Reconhecimento Ideal de Servir; Título de Causas Imortais - Academia Letras do Brasil - Seccional Bragança e Honra ao Mérito - Câmara Municipal de Bragança. Nossa última premiação foi a do Programa Criança Esperança, da Rede Globo e Unicef em 2020.
Autor: Beto Amorim ( Professor e Radialista)

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