Posted by Acervo Cultural Bragança Pará on janeiro 16, 2023 | No comments
Há 9 anos realizando em Bragança do Pará, em outras cidades e até mesmo em outros países,
o FICCA - Festival Internacional de Cinema do Caeté foi criado pelo autodenominado
Carpinteiro de Poesia Francisco Weyl, o qual nos fornece mais detalhes sobre o Festival.
POÉTICA
Sensível à participação de mulheres, juventude periférica, povos
originários, de matrizes africanas, quilombolas, indígenas, e comunidades
lgbtqia+, o FICCA se materializa em projeções cinematográficas e cineclubistas,
rodas de conversas, formações audiovisuais via oficinas que resultam na
realização de filmes de curtas-metragens, e outras atividades culturais, que
ocorrem durante o ano, e que culminam nos dias 8, 9 e 10/12, em Bragança do
Pará e Região dos Caetés, particularmente, em escolas públicas, quilombos,
praias, estendendo-se, entretanto, de forma virtual, a comunidades vizinhas da
Região dos Caetés e Nordeste paraense, como Augusto Corrêa, Capanema, e
Tracuateua, alcançando milhares de pessoas de diversos públicos.
Entre 2014 e 2022, o FICCA premiou 58 filmes, 12 dos quais
paraenses, sendo que as obras vencedoras passaram a ser veiculadas em Rede
Pública de Televisão, via parceria com Portal/TV Cultura do Pará desde 2021.
Em nove anos, o festival selecionou 477 filmes, dos quais, 38
estrangeiros (5,8%), 439 nacionais (67,4%), sendo que, destes, 100 (15,4%) são
amazônicos, 74 (11,4%) são paraenses.
RECONHECIMENTO
Consolidado como janela de exibição de filmes de temáticas
sociais, e de realizadores que possuem relações de afetos com as comunidades
nas quais atuam e pelas quais são reconhecidos, o FICCA recebeu mais de 400
inscrições, em 2020, sendo que em razão da pandemia, passou a ocorrer em dois
momentos, virtual e presencial, mas, em 2021, realizaram-se duas edições do
festival, em Abril/Maio e Dezembro, este último, não- competitivo.
O PÚBLICO CRIADOR
O FICCA estimula a criação de plateia, a formação crítica, e o
interesse público em pensar e fazer cinema - via coletivos audiovisuais criados
nas criativas oficinas pedagógicas de formação (do roteiro à montagem), que
resultam na produção de curtas metragens com mídias móveis e de baixo
orçamento.
DIVERSIDADE
Aberto à diversidade e espaço onde ecoam falas e imagens de
realizadoras e realizadores sem visibilidade, o FICCA propõe alternativas para
democratizar o audiovisual, na perspectiva de fortalecer e desenvolver a cadeia
setorial na Região dos Caetés, afirmar o cinema a partir da Amazônia, e
reforçar reforça o cinema feminino, indígena, lgbtqia+, provocar diálogos em
projetos culturais que revelam poéticas cinematográficas locais, sob diversas
linguagens e formatos.
O FICCA inverte a lógica do mercado, substituí a relação
hierárquica pela construção colaborativa e coletiva em redes solidárias - de
compartilhamento de conhecimentos/práticas que envolvem e reconhecem
comunidades locais, transformando-se numa troca de experiências dialógicas
audiovisuais autorais, constituindo-se numa práxis de consciência estética, e
de resistência contra-hegemônica cultural, nas áreas urbana e rural da Região
dos Caetés, particularmente, no Município de Bragança, onde renova as
esperanças de criadores e fazedores de cultura invisibilizados nas zonas de
fronteiras amazônidas.
PARA 2023
A nona edição do Festival Internacional de Cinema do Caeté vai
realizar um festival de cinema na cidade de Bragança do Pará, com extensões em
África (Cabo Verde) e Europa (Portugal), com a exibição de trinta e quatro
filmes selecionados por uma Comissão de Juris Oficial, que enquadra obras em
concurso.
MOSTRAS, RODAS, OFICINAS
O FICCA irá proporcionar experiências coletivas que estimulam o
interesse público pelo cinema e acesso aos produtos e bens culturais, através
de atividades com jovens e mulheres e também adultos, nas comunidades
periféricas, praieiras e quilombolas da Região dos Caeté. Pelo menos três
mostras não-competitivas, com sessões presenciais, híbridas e virtuais, via
redes sociais, além de pelo menos quatro rodas de conversas temáticas
não-presenciais (O Cinema das Amazonas; o Cinema Quilombola; o Cinema da
Escola; O cinema contemporâneo de resistência); quatro oficinas formativas
audiovisuais de 20h/aula - cada, destinadas a 80 jovens estudantes na faixa
etária de 12 até 18 anos, de escolas públicas situadas em áreas periféricas da
zona urbana ou na zona rural e/ou praieira, e cujos resultado são pelo menos
dois filmes coletivos de curta- metragem (de até 15 minutos), no formato
digital, captados por telefones celulares, a ser exibidos no FICCA (cuja
culminância ocorrerá nos dias 8, 9 e 10 de Dezembro).
Autor de “KYNEMA: Ensaios
científicos, semióticos, metafísicos, poéticos e políticos sobre arte, cinema e
estéticas de guerrilhas”, (Editora Vicenza, São Paulo, 2021), graduado em
cinema, especialista em semiótica, mestre em artes, organizou o Concílio
Artístico Luso-Brasileiro no qual foi criado o Cineclube Amazonas Douro, com a
presença de Zé do Caixão e Sério Fernandes, Mestre de Cinema da Escola do
porto, em Belém do Pará (2003). Venceu o prêmio Residências Estéticas em Pontos
de Cultura (Minc/Funarte-2009), com o projeto Resistência Marajoara, com o qual
criaram-se coletivos audiovisuais de jovens em condições de vulnerabilidade
(Soure, Marajó); coordenou o INOVACINE-FAPESPA, projeto de circulação e difusão
de obras audiovisuais no interior do Pará (Bragança, Tracuateua, Igarapé- Açú,
Altamira, Belém, Ananindeua, Santarém - 2010/2011); realizou o Festival
Internacional de Cinema Social (FEST-FISC), no âmbito do Fórum Social Mundial
(2009, Belém; e 2010, África); foi presidente e secretário-geral da Federação
Paraense de Cineclubes (2010/2011/2012); criou o FICCA - Festival Internacional
de Cinema do Caeté como projeto de inclusão e formação social e audiovisual em
2014.
Autor: © Carpinteiro de Poesia
Francisco Weyl
Poeta, realizador, jornalista.
Diretor da Arte Usina Caeté e do FICCA - Festival Internacional de Cinema
do Caeté Telefone: (91) 99382-2315
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